você precisa mesmo sair da sua zona de conforto?
ou a gente só normalizou tanto o desconforto que se aconchegou nele?
Posso ser bem sincera e depois você me conta sua opinião também? Quero muito saber o que você pensa sobre esse assunto.
O discurso de sair da sua zona de conforto já tá batido.
Faz um mês que estou morando em Chiang Mai, na Tailândia, e posso dizer que pela primeira vez estou vivendo em uma real zona de conforto.
Inclusive, ganhei um apelido que descreve perfeitamente esse momento:
COMODONA: adjetivo em italiano para alguém que gosta de conforto e comodidade e prefere situações fáceis. Pode ser usado em tom pejorativo, indicando alguém que não gosta de sair da zona de conforto.
Apesar do dicionário, interpretei como um elogio e também uma bela oportunidade de reflexão.
"Largar tudo", abandonar a sua zona de conforto, sair pra conhecer o mundo soa lindo na teoria. Mas posso te contar um segredo? A maioria de nós não saiu de zona de conforto nenhuma. Só deixamos de normalizar situações comuns e construímos uma “saída” para ter uma vida mais confortável.
Normal é muito diferente do comum.
É comum viver a vida apressada e correr atrás de pagar nossos boletos, passando horas no transporte pro trabalho e pra faculdade, vivendo a vida no automático e grudada no celular. Mas não é normal.
É comum se comparar nas redes sociais e achar que conquistar uma realidade melhor é absurdo, distante ou até impossível. Mas não é normal.
É comum viver desconfiando de tudo e todos, com medo até de sair na rua ou tirar o celular do bolso, quem dirá viajar sozinha para outro país, começar um novo projeto, tentar algo novo....
Tudo isso é comum, mas não quer dizer que deveria ser normal.
Pela primeira vez na vida, estou experimentando uma sensação de paz que não imaginava ser possível. Uma verdadeira zona de conforto.
Aqui em Chiang Mai, segunda maior cidade da Tailândia mas com menos de 100 mil habitantes, posso andar sozinha na rua em segurança a qualquer hora do dia, não levo mais de 30 minutos para estar na natureza, posso bancar um estilo de vida confortável sem passar sufoco, tenho acesso a opções gratuitas de lazer, vivo em uma comunidade internacional, posso viajar para outras cidades com facilidade, uso uma bicicleta como meio de transporte…
Por isso, quando me perguntarem como saí da minha zona de conforto em São Paulo, minha resposta é que eu saí mesmo foi do desconforto.
É impossível se sentir confortável gastando 4 horas do seu dia só para ir e voltar do trabalho, sair na rua com medo de ser assaltada ou pior, viver sempre no aperto…. de novo, é comum, mas não é pra ser normal.
Por mais que eu sinta faltas de pessoas, da minha cama, de uma boa feijoada e um samba… isso não é conforto. É só o que a gente conhece. E como o desconhecido dá medo, preferimos ficar só onde conhecemos. O que também é bom, só que não pra sempre. Ninguém cresce assim.
Quanto antes aceitarmos essa impermanência da vida, buscando dentro do conhecido oportunidades de aprendizado, mais confortável nosso dia a dia fica. Não quer dizer que fique mais fácil, mas fica mais leve e gratificante.
Então vamos fazer um combinado? Bora separar a zona de conforto com a zona do conhecido.
Assim, tiramos o peso de estar "largando” um conforto que muitas vezes não existe.
Eu quero conforto sim. AMO estar confortável. E também amo o desconhecido. Vou até adicionar a palavra comodona à lista de adjetivos que me definem, mas não da forma tradicional que ela é interpretada.
O que você pensa sobre o assunto? Será que estamos mesmo em uma zona de conforto ou só numa zona conhecida?
Fica a reflexão e meu desejo de uma excelente semana pra você!
Ah, e antes que me esqueça: lá no YouTube estou compartilhando vídeos sobre esse assunto e também a minha rotina em Chiang Mai,pra você viver comigo um pouquinho desse lugar tão especial. Se ainda não assistiu, confira aqui os últimos dois vídeos:
Um beijo e até semana que vem!
Muito legal! Fez total sentido ❣️
Amei a reflexão!